Como engravidar com segurança após os 35 anos?


Veja os cuidados que a mulher madura deve adotar antes de ser mãe

Por Aléssio Calil Mathias - Ginecologia e obstetrícia



O adiamento da gravidez é uma escolha muito comum das mulheres nos dias de hoje. É uma tendência mundial. Com isto, o número de grávidas ou mulheres tentando engravidar na faixa entre 30 e 40 anos tem aumentado nos últimos anos. Dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) indicam que, no Estado de São Paulo, o número de mães entre 35 e 39 anos aumentou 2,3% em dez anos. Em 1995, nasceram 44.891 bebês de mães nesta faixa de idade, o que representa 6,6% dos nascimentos no Estado. Em 2005, o percentual aumentou para 8,9% com 55.152 nascimentos. São muitos os fatores envolvidos na decisão de adiar a maternidade: a estabilidade profissional, a espera por um relacionamento estável, o desejo de atingir segurança financeira, ou, ainda, a incerteza sobre o desejo de ser mãe. Entretanto é importante alertar estas mulheres sobre as conseqüências desta decisão: a idade afeta a capacidade reprodutiva feminina.

A queda na fertilidade com o avanço da idade é um fato biológico. Estima-se que a chance de gravidez por mês é de aproximadamente 20% nas mulheres abaixo de 30 anos, mas de apenas 5% nas mulheres acima dos 40. Mesmo com os tratamentos para infertilidade, como a fertilização in vitro, a fertilidade diminui e as chances de um aborto espontâneo aumentam após os 40. Há várias explicações para esse declínio de fertilidade: condições médicas, mudanças na função ovariana e alterações na liberação dos óvulos.

A mulher de 40 anos também tem mais chances de apresentar problemas ginecológicos, como infecções pélvicas e endometriose, que podem diminuir a fertilidade. À medida em que a mulher envelhece, seus óvulos também envelhecem, tornando-se menos capazes de serem fertilizados pelos espermatozóides. A fertilização desses óvulos está associada a um risco maior de alterações genéticas. Por exemplo, alterações cromossômicas, como a Síndrome de Down, são mais comuns em crianças nascidas de mulheres mais velhas. Há um aumento contínuo no risco desses problemas cromossômicos conforme a mulher envelhece. Quando os óvulos com problemas cromossômicos são fertilizados, eles têm uma possibilidade menor de sobreviver e crescer. Por essa razão, mulheres que estão acima dos 40 têm um risco aumentado de abortos espontâneos também.

Para prevenir a malformação fetal pelo menos seis meses antes de engravidar, é preciso iniciar a suplementação com ácido fólico, que se estende até a 14ª semana de gestação. A função do ácido fólico é prevenir defeitos de fechamento do tubo neural fetal, garantindo uma boa formação da medula espinhal e do cérebro do bebê.

Preparação é fundamental

Além de saber que a idade pode ser um fator determinante da fertilidade feminina, a mulher, após os 35 anos de idade, precisa adotar cuidados adicionais antes de engravidar. Os riscos de uma gravidez tardia podem ser contornados com uma preparação prévia e um pré-natal com acompanhamento adequado. Quanto mais saudável estiver a mulher, maior a chance que os nove meses transcorram com tranqüilidade. O primeiro passo desta preparação é colocar a carteira de vacinação em dia. Pelo menos três meses antes de engravidar, a mulher precisa se proteger contra rubéola, sarampo, caxumba, hepatite A e B e catapora.

Nesta etapa de preparativos não podem faltar os testes de sorologia para hepatite B e C e HIV. Os problemas de saúde preexistentes também devem ser analisados mais de perto no caso de uma gestação tardia. Casos como os de hipotireoidismo merecem atenção especial porque são mais comuns em pessoas acima dos 35 anos e podem interferir numa gravidez.

Mulheres portadoras de doenças crônicas, tais como pressão alta e diabetes também merecem atenção especial e aconselhamento do obstetra antes de tentar a gravidez. O ginecologista que acompanha esta mulher deve fornecer informações quanto ao curso da gravidez quando se tem hipertensão arterial ou diabetes. É importante que essas doenças estejam bem controladas antes da tentativa de engravidar. Pois, mesmo sem apresentar pressão alta e diabetes pré-existentes, essas condições se desenvolvem mais comumente em mulheres que concebem após os 35 anos. Como resultado desse risco aumentado, exames e monitoramento especiais podem ser recomendados durante a gravidez.

O lado bom

Geralmente, quando a maternidade acontece tardiamente, a mulher tem maior equilíbrio emocional para criar o filho. Do ponto de vista psicológico, o estresse e a depressão diminuem. A mulheres que decidem ter um bebê mais tarde, geralmente têm consciência de que precisam melhorar o seu estilo de vida para favorecer a sua própria saúde e a do bebê. Elas adotam com maior facilidade as recomendações para fazerem atividades físicas e manterem uma alimentação controlada para evitar ou controlar problemas cardíacos, diabetes, hipertensão e colesterol alto.


Dr. Aléssio Calil Mathias é ginecologista e obstetra, diretor da Clínica Genesis.

Massagens




Celulite, gordura localizada e flacidez surgem no corpo da mulher por vários fatores: hormônios, stress, sedentarismo (falta de atividades físicas), roupas justas, tendência familiar e alimentação com excesso de gordura. Para diminuir os estragos estéticos que isso pode causar, você pode mudar sua alimentação, exercitar-se e evitar roupas justas. Mas os tratamentos estéticos estão aí para facilitar sua vida.

Uma forte aliada para melhorar a aparência da pele é a massagem modeladora. Esse tratamento manual, concentrado nos pontos de celulite e de gordura, é feito em todo o corpo por uma profissional especializada em sessões de aproximadamente meia hora (trinta minutos).

Os toques manuais ajudam a drenar o líquido das células, a remodelar o contorno do corpo e a enrijecer a musculatura. Se você perdeu muito peso e está com a pele flácida, por exemplo, pode ter certeza de que seu corpo pode ganhar nova forma com essas massagens. Mulheres que acabaram de ter filho podem voltar a ter a barriguinha de antes - ou até deixá-la melhor! - com o auxílio do tratamento.Não existe restrição de idade nem de peso - as magrinhas também podem ter celulite - para fazer sessões de massagem modeladora. Se houver alguma contra-indicação, ela será diagnosticada na pré-avaliação que clínicas sérias fazem.

Violência Sexual


Número de denúncias mostra que problema social é pouco combatido no Estado

O Pará continua figurando entre os dez Estados brasileiros que mais recebem denúncias de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes no Disque Denúncia Nacional, o Disque 100, da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), da Presidência da República. Os números divulgados esta semana mostram que o Pará ocupa este ano o oitavo lugar entre os que mais denunciam crimes sexuais, com 96 chamadas para o serviço somente nos quatro primeiros meses de 2008.

O alerta não chega a ser novidade. Desde que o serviço foi criado, em 1997, o Pará sempre esteve presente no topo da lista.
Em 2006, foram 142 denúncias e a sétima colocação. No ano passado, foram 333 denúncias, que levaram o Estado ao sexto lugar. Uma informação divulgada pelo Disque Denúncia merece atenção e mostra o tamanho do problema: nos dados comparativos entre o número de denúncias e o de habitantes, o Pará ocupa atualmente a terceira colocação, com quase dez denúncias a cada 100 mil habitantes. Levados para o dia-a-dia dos serviços de atendimento, os números assustam ainda mais.
‘Temos crianças, bebês que chegam aqui vítimas de atentado violento ao pudor e estupro. Na maioria das vezes, elas são vítimas de pais, padrastos ou amigos da família’, relata Eugênia Fonseca, coordenadora geral do Propaz Integrado, o único serviço público que faz atendimento às vítimas e que este ano já recebeu 216 casos, só até março.
Quem trabalha no atendimento de crianças e adolescentes vítimas de crimes sexuais defende que só uma ação integrada pode enfrentar o problema. E a sociedade tem um papel fundamental nisso. ‘Além de denúncias, as pessoas precisam lutar para derrubar o preconceito, a discriminação, o medo de falar sobre sexualidade e as barreiras que impedem que assuntos como esses sejam tratados pela família’, explicou a assistente social Tereza Freitas, do projeto Jepiara, do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Emaús).
Para ajudar as pessoas a derrubar barreiras, o Cedeca-Emaús e outras entidades que integram o Fórum Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes vão estar hoje, na Praça da República, em Belém, abordando o problema. A atividade na praça faz parte da agenda do Dia Nacional de Combate à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, organizada pelo Fórum Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, que tem ainda como intregrantes e colaboradores a Fundação Papa João XXIII (Funpapa), Secretaria Municipal de Educação (Semec), Conselho Tutelar, Associação de Apoio às Comunidades Carentes (Apacc), Conselho Municipal da Condição Feminina (CMCF), Ipas-Brasil, Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Data), Conselho Municipal dos Direitos (Comdac), Propaz Integrado e Conselho Tutelar.
População é orientada a denunciar
Quem for à Praça da República hoje terá oportunidade de aprender a identificar situações mesmo que as crianças não relatem (há casos que só são descobertos quando a criança surge com doenças sexualmente transmissíveis ou gravidez, no caso de adolescentes). Será possível também saber com exatidão as diferenças e semelhanças entre abuso sexual, exploração sexual, atentado violento ao pudor, atos libidinosos, tráfico de seres humanos, pornografia, prostituição e outras categorias de crimes sexuais. ‘O primeiro caminho para você enfrentar um problema é conhecê-lo. Por isso, partimos para uma ação informativa que atinja muitas pessoas’, disse Tereza Freitas, segundo a qual foram preparados mil panfletos para serem distribuídos só hoje pela manhã.
Para Tereza, o número de casos de violência sexual contra as crianças e adolescentes pode ser bem maior, porque muita gente ainda não denuncia. ‘Há pessoas que têm medo. Há casos de proteção ao agressor, em se tratando de abuso intrafamiliar. Enfim, ainda há muitos motivos para que haja o abuso, mas não haja uma quantidade proporcional de denúncias.
A idéia é repetir no domingo, com um número ainda maior de pessoas a abordagem feita na última sexta-feira no Terminal Rodoviário de Belém. Durante a panfletagem, muita gente quis saber mais como ocorrem os abusos e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Também foi possível expressar opiniões e discutir sobre o tema em plena calçada do terminal, o que tornou possível conhecer alguns mitos e preconceitos da sociedade. ‘Uma mulher me disse que nós tínhamos que fazer a campanha com as meninas porque são elas que provocam os adultos’, contou a educadora Silvia Alves. ‘Não criticamos as opiniões, mas aproveitamos para informar que o problema faz parte de uma conjuntura muito maior e a discriminação não ajuda’, explicou.