Violência Sexual


Número de denúncias mostra que problema social é pouco combatido no Estado

O Pará continua figurando entre os dez Estados brasileiros que mais recebem denúncias de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes no Disque Denúncia Nacional, o Disque 100, da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), da Presidência da República. Os números divulgados esta semana mostram que o Pará ocupa este ano o oitavo lugar entre os que mais denunciam crimes sexuais, com 96 chamadas para o serviço somente nos quatro primeiros meses de 2008.

O alerta não chega a ser novidade. Desde que o serviço foi criado, em 1997, o Pará sempre esteve presente no topo da lista.
Em 2006, foram 142 denúncias e a sétima colocação. No ano passado, foram 333 denúncias, que levaram o Estado ao sexto lugar. Uma informação divulgada pelo Disque Denúncia merece atenção e mostra o tamanho do problema: nos dados comparativos entre o número de denúncias e o de habitantes, o Pará ocupa atualmente a terceira colocação, com quase dez denúncias a cada 100 mil habitantes. Levados para o dia-a-dia dos serviços de atendimento, os números assustam ainda mais.
‘Temos crianças, bebês que chegam aqui vítimas de atentado violento ao pudor e estupro. Na maioria das vezes, elas são vítimas de pais, padrastos ou amigos da família’, relata Eugênia Fonseca, coordenadora geral do Propaz Integrado, o único serviço público que faz atendimento às vítimas e que este ano já recebeu 216 casos, só até março.
Quem trabalha no atendimento de crianças e adolescentes vítimas de crimes sexuais defende que só uma ação integrada pode enfrentar o problema. E a sociedade tem um papel fundamental nisso. ‘Além de denúncias, as pessoas precisam lutar para derrubar o preconceito, a discriminação, o medo de falar sobre sexualidade e as barreiras que impedem que assuntos como esses sejam tratados pela família’, explicou a assistente social Tereza Freitas, do projeto Jepiara, do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca-Emaús).
Para ajudar as pessoas a derrubar barreiras, o Cedeca-Emaús e outras entidades que integram o Fórum Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes vão estar hoje, na Praça da República, em Belém, abordando o problema. A atividade na praça faz parte da agenda do Dia Nacional de Combate à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, organizada pelo Fórum Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, que tem ainda como intregrantes e colaboradores a Fundação Papa João XXIII (Funpapa), Secretaria Municipal de Educação (Semec), Conselho Tutelar, Associação de Apoio às Comunidades Carentes (Apacc), Conselho Municipal da Condição Feminina (CMCF), Ipas-Brasil, Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Data), Conselho Municipal dos Direitos (Comdac), Propaz Integrado e Conselho Tutelar.
População é orientada a denunciar
Quem for à Praça da República hoje terá oportunidade de aprender a identificar situações mesmo que as crianças não relatem (há casos que só são descobertos quando a criança surge com doenças sexualmente transmissíveis ou gravidez, no caso de adolescentes). Será possível também saber com exatidão as diferenças e semelhanças entre abuso sexual, exploração sexual, atentado violento ao pudor, atos libidinosos, tráfico de seres humanos, pornografia, prostituição e outras categorias de crimes sexuais. ‘O primeiro caminho para você enfrentar um problema é conhecê-lo. Por isso, partimos para uma ação informativa que atinja muitas pessoas’, disse Tereza Freitas, segundo a qual foram preparados mil panfletos para serem distribuídos só hoje pela manhã.
Para Tereza, o número de casos de violência sexual contra as crianças e adolescentes pode ser bem maior, porque muita gente ainda não denuncia. ‘Há pessoas que têm medo. Há casos de proteção ao agressor, em se tratando de abuso intrafamiliar. Enfim, ainda há muitos motivos para que haja o abuso, mas não haja uma quantidade proporcional de denúncias.
A idéia é repetir no domingo, com um número ainda maior de pessoas a abordagem feita na última sexta-feira no Terminal Rodoviário de Belém. Durante a panfletagem, muita gente quis saber mais como ocorrem os abusos e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Também foi possível expressar opiniões e discutir sobre o tema em plena calçada do terminal, o que tornou possível conhecer alguns mitos e preconceitos da sociedade. ‘Uma mulher me disse que nós tínhamos que fazer a campanha com as meninas porque são elas que provocam os adultos’, contou a educadora Silvia Alves. ‘Não criticamos as opiniões, mas aproveitamos para informar que o problema faz parte de uma conjuntura muito maior e a discriminação não ajuda’, explicou.

Um dos principais Transtornos do Humor:

o Transtorno Bipolar

bipolar

Antigamente era chamado de Psicose Maníaco-Depressiva (PMD). Hoje, devido aos avanços da psiquiatria, a Bipolaridade é classificada como um dos principais transtornos do humor, podendo ser denominada de Transtorno Bipolar ou, comumente, de Transtorno Afetivo Bipolar. Assim, identificamos os sintomas na pessoa que experimenta mudanças extremas no seu estado de humor, nas cognições e no comportamento. Este transtorno caracteriza-se por episódios alternados de depressão e mania (euforia), recorrentes.

É a intensidade e a severidade dos sintomas presentes no transtorno que o diferencia das tão comuns “mudanças de humor” pelas quais passamos quase todos os dias.

Alguns sintomas comuns na fase depressiva do Transtorno Bipolar:

  • Diminuição acentuada do interesse ou do prazer.
  • Sensação de esgotamento e fadiga constante (letargia e prostração).
  • Alterações na memória (esquecimentos), na atenção e concentração.
  • Alterações de peso e apetite.
  • Insônia ou hipersônia (sono excessivo).
  • Sentir-se sem valor ou culpa excessiva por perceber que seu ritmo diminui consideravelmente.

Alguns sintomas comuns na fase maníaca (da euforia):

  • Sensação de bem-estar e energia em excesso.
  • É comum a presença de várias idéias e pensamentos que “invadem a mente”, levando a um aumento de ações e até mesmo de novos empreendimentos.
  • Envolvimento excessivo em atividades que implicam em risco.
  • Envolvimento excessivo no trabalho.
  • Diminuição da necessidade de dormir (pode passar a noite acordado e trabalhar no dia seguinte sem sentir-se fadigado).
  • Auto-estima e grandiosidade excessivas.
  • Pode apresentar episódios de compulsão: à compras, ao sexo, à alimentação, ao esporte, às drogas.
  • É freqüente o uso de bebidas alcoólicas na tentativa de aliviar ou minimizar os sintomas.

O chamado Transtorno Bipolar pode ser incluído em duas categorias:

  • O Transtorno Bipolar do Tipo I, no qual acontecem episódios maníacos (de euforia) graves que se caracterizam, por vezes, pela presença de sintomas psicóticos, necessidade de hospitalização ou prejuízo acentuado no convívio social ou ocupacional e familiar.
  • O Transtorno Bipolar Tipo II, no qual os episódios depressivos se alternam apenas com hipomanias, ou seja, com episódios eufóricos leves.

A causa do Transtorno Bipolar ainda não é conhecida. Ele é considerado um transtorno de caráter multifatorial. Contudo, sabe-se que existe uma predisposição biológica (genética) que é herdada, à qual são somados fatores ambientais, resultando no aparecimento dos sintomas.

O diagnóstico do Transtorno Bipolar é feito por especialistas (psiquiatras) e no tratamento são usados estabilizadores de humor, antidepressivos e neurolépticos (antipsicóticos). A utilização destes medicamentos e a combinação dos mesmos são feitas de acordo com as necessidades de cada caso e a decisão é tomada em conjunto, utilizando-se de entrevista clínica e, às vezes, da presença de familiares, podendo incluir a avaliação psicológica em casos de atendimento por profissional desta área.

Além do tratamento com medicamentos, recomenda-se psicoterapia, pois inúmeras pesquisas comprovam a eficácia nesta associação. Geralmente o transtorno bipolar dura a vida toda, sendo que o paciente pode obter alta nos processos psicoterápicos, contudo, não costuma obter alta da medicação. Justifica-se tal prescrição devido aos fatores biológicos (genéticos e hereditários) e conseqüente disfunção bioquímica. Se o transtorno não for devidamente tratado, sérios prejuízos podem ocorrer, nos vínculos familiares, na vida social e na estabilidade econômica do indivíduo. Uma vez que não existem meios para evitar que o transtorno se desenvolva, quanto antes ele for identificado, maiores serão as chances de minimizar estes prejuízos e até mesmo de controlá-los.

Mantenha a pele lisinha durante a gravidez


Dependendo do caso, dá até para tratar manchas e estrias durante a gestação


A barriga desponta que é uma maravilha, o bebê cresce direitinho, mas quando você olha para o seu corpo com um pouco mais de atenção, começa a ficar preocupada com a pele que vai esticando sem parar ou com aquela manchinha no rosto que não existia antes da gestação. E é verdade mesmo, a pele da grávida sofre alterações como manchas, estrias, acne e celulite antes e depois do parto. Muitas vezes, a prevenção é o melhor remédio e, em outros casos, dá até para buscar tratamentos sem prejudicar a sua saúde e a do feto.

"O aumento dos hormônios femininos, em particular a progesterona, influencia indiretamente os hormônios reguladores da síntese da melanina (pigmentação da pele) e a síntese de colágeno (distensão da pele), predispondo o aparecimento de estrias e manchas", avalia a dermatologista Flávia Addor, diretora da SBD-São Paulo (Sociedade Brasileira de Dermatologia).

Para tudo isso não virar motivo de noites mal dormidas e nem tão pouco atrapalhar a tranquilidade, que a sua condição exige em primeiro lugar, confira abaixo as soluções para as principais reclamações das mulheres nessa fase quando o assunto é pele.

Borracha nas manchas
As manchas na pele são motivos de dor de cabeça para as futuras mamães. O tipo mais comum é chamado de melasma, tem coloração acastanhada e aparece, principalmente, na face na região malar (bochechas), no buço e na testa. "Elas podem ser isoladas ou surgir simultaneamente em todas as regiões, formando um aspecto de máscara", explica a dermatologista Thais Pepe, da SBD.

O melasma pode ser desencadeado por uma paciente que já tenha a predisposição genética, por alterações hormonais e pela exposição solar sem a proteção adequada. "Indico o filtro solar de fator 60 para prevenir e controlar o problema", acrescenta Thaís. Durante a gravidez, o dermatologista pode prescrever um tratamento com um creme clareador, à base de ácido kójico, arbutin ou ácido azeláico, que não apresentam contra-indicações para o período e atuam na redução e estagnação das marcas. "Quanto mais cedo for tratada, maiores são as chances de reduzir o melasma", diz a especialista.

Após a gravidez e o período de amamentação, outras técnicas podem ser aplicadas na pele da mulher. "Sessões de peeling, luz pulsada ou laser fracionado atuam na redução do melasma, mas cada mancha vai reagir de um jeito. A eliminação total não é garantida", explica a dermatologista da SBD.

Deu zebra
Ah, as estrias. Essas implacáveis marcas na pele são o temor da ala feminina. E elas aparecem por várias razões: alterações hormonais, predisposição genética e, claro, pelo superesticamento da pele e o consequente esgarçamento das fibras elásticas. As regiões mais afetadas são a barriga, seios, região interna das coxas e flancos. Mas tem como prevenir as mal-traçadas linhas ou pelo menos evitar que elas se propaguem tanto durante a gravidez. "As principais medidas são a hidratação da pele e evitar o aumento excessivo de peso", explica Thaís Pepe. Os cosméticos auxiliam na redução ao dano do colágeno e evitam o ressecamento da pele. Para hidratar, vale investir não só no popularmente conhecido óleo de amêndoas, mas nas formulações com emolientes poderosos como a centellha asiática, vitamina E e o ácido hialurônico.

Tratamentos mais intensos são recomendados para o período após a amamentação. Isso porque também é possível ter uma visão mais global dos danos. Os métodos indicados são o peelling, laser fracionado e luz pulsada, todos eles com o objetivo de reorganizar o colágeno do tecido, assim como estimular a sua produção. Apenas a microdermoabrasão, com a mesma finalidade, é indicada na fase em que a mãe ainda está amamentando.

Quanto furinho!
Outra vilã da pele da grávida, a celulite pode aumentar ou piorar durante a gestação. Ela surge por conta de nódulos de gordura que se formam na região subcutânea. Eles impedem a oxigenação e a nutrição celular, causando o aspecto de casca de laranja na pele. As circulações sanguínea e linfática também ficam prejudicadas. "Os hormônios da gestação e a própria pressão da barriga aumentam a retenção de liquido, que colabora para o surgimento das ondulações", explica Thaís Pepe.

Para afastar os furinhos, invista numa dieta equilibrada (com baixa concentração de açúcar e gordura), pratique exercícios físicos regulares. Durante a gravidez, a drenagem linfática é bastante recomendada para amenizar o problema.

Cravinhos e espinhas
Devido as alterações hormonais, a acne pode brotar na pele ou olha que notícia boa sumir. Realizar o procedimento de limpeza diariamente, o mesmo que deve ser feito quando não se está grávida, é uma forma de controle e prevenção. "Lave o rosto com um sabonete específico e aplique um tônico facial para contornar a oleosidade", recomenda Thaís Pepe. "A limpeza de pele também não tem contra-indicação na gravidez." Após o parto e a fase de amamentação, o peeling de ácido salicílico é uma das alternativas para suavizar as lesões causadas pela acne.